quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Atsushi Ikeda

Atsushi Ikeda é um ilustrador japonês conhecido por causa de seus robôs feitos com shadowgraph, que é é um método óptico que revela não-uniformidades nos meios transparentes como água, ar, ou de vidro. Suas obras são reproduzidas principalmente em grandes cartazes, vestuário e CDs.


Uma das coisas pelas quais o Japão é conhecido são os robôs gigantes das séries live-action que lá recebem o nome de tokusatsu. Na verdade, o Japão é um dos países mais avançados na área de robótica, e uma dos motivos prováveis é o fato dos robôs serem encarados na ficção científica japonesa de forma positiva. 

Observe que nas produções japonesas, os robôs são geralmente bons. Robôs maus, ou que se revoltam contra seus criadores são encontrados em produções estadunidenses, como o Exterminador do Futuro, Matrix, Battlestar Galactica e O Abismo Negro (Maximilian). E quando uma produção japonesa mostra um robô mau, geralmente é porque está sendo produzida em conjunto ou sob a ordem de um estúdio estadunidense.

Quem me chamou a atenção para isso foi o ilustríssimo Eloi Juniti Yamaoka, especialista em preservação digital.

Os robôs nas obras de ficção japonesas são geralmente heróis, como Astroboy, Megaman, ou os parceiros de heróis, como o Daileon de Jaspion, o Changerobô e o Flash King. Até o Homem-Aranha ganhou um robô-gigante quando sua série (Supaidaman) foi produzida na terra do sol nascente.

Ikeda retratou Rom como um robô gigante. A aparência pouco lembra o Cavaleiro do Espaço, e acrescente-se a isso o fato de Rom não ser um robô, mas um ciborgue. Contudo, podemos pensar que sua arte não tem como base ser uma reprodução da aparência de Rom, mas de sua essência: um heroi.

Palmas para Atsushi Ikeda!

Atsushi Ikeda

domingo, 27 de janeiro de 2013

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Patrick Gildersleeves

A imagem abaixo, carregada no blog Spacenite 2 em 19 de dezembro de 2010, é de autoria de Patrick Gildersleeves. Patrick é um ilustrador britânico, cuja arte parece emprestar um pouco das técnicas de ilustração orientais, mais notadamente da China e da Índia.

Rom escondido entre as folhagens
Na imagem, vemos um rapaz descobrindo Rom em meio às folhagens, sob o olhar espantado de outro e dos risos de uma jovem. Parece uma alusão ao fato de que Rom está esquecido hoje e sua imagem, sem estar associada a nenhum contexto, pode provocar uma dessas duas reações. 

Ainda não finalizei a leitura de Superdeuses, de Grant Morrison, que é uma pequeno resumo da história dos quadrinhos de super-heróis em meio à sua autobiografia cheia de entorpecentes, mas cheguei à parte em que Morrison fala de Flex Mentallo, citando-o como um "super-herói à moda antiga". Morrison é um grande escritor e eu admiro várias obras suas, mas ele é arrogante em alguns aspectos, como quando tenta menosprezar o trabalho de Alan Moore. Talvez pelo fato de ser escocês, Morrison também valorize mais o quadrinho britânico e deixe de citar várias obras estadunidenses memoráveis em detrimento de outras mais conhecidas.

Morrison não cita Rom. Talvez nem o conheça. Mas o que me irritou foi falar de Flex Mentallo como "o mais nobre e mais abnegado super-herói" de todos os tempos. Sinto muito, Morrison, mas seu super-herói é apenas um rascunho do estereótipo da Era de Ouro. Nunca houve um super-herói mais nobre e abnegado do que Rom, o maior de todos os Cavaleiros do Espaço.

Palmas para Patrick Gildersleeves!

Patrick Gildersleeves

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por James Gulliver Hancock

A imagem abaixo foi carregada no blog Spacenite2 em 19 de dezembro de 2010. Ela é de autoria de James Gulliver Hancock. Em seu site, James afirma que se sente doente quando não está desenhando e que tem medo de não ser capaz de desenhar tudo no mundo, pelo menos uma vez. Ele cresceu em Sidney, na Austrália, onde estudou Comunicações Visuais na Universidade de Tecnologia da cidade na qual se formou com direito a medalha e honras. James produziu trabalhos para várias empresas da Austrália, Estados Unidos e Inglaterra e foi ilustrador de diversos livros.



A interpretação de Rom por James é extremamente profunda. Ele representou Rom como um gigante cujo corpo é formado por um amálgama de artefatos tecnológicos. 

Pela proporção das pessoas mostradas aos pés de Rom, ele tem quase a mesma altura de Galactus. Isso é interessante, pois Rom foi um dos poucos seres capazes de enfrentar Galactus e impedir que ele devorasse um planeta. Mas há outro significado nisso. Hoje a tecnologia parece estar acima do ser humano. Ou melhor, os produtos criados pela tecnologia são quase endeusados. O relacionamento aumenta nas redes sociais, mas diminui no convívio próximo. A tecnologia faz com que a distância aproxime as pessoas  ao mesmo tempo que a proximidade as distancia. O homem perde a importância, passa a ser um detalhe. Ele que deveria ser protagonista, torna-se uma peça. O produto que deveria servir termina por escravizar. Talvez não seja necessário que uma Skynet crie Exterminadores para que as máquinas dominem a Terra. O próprio homem se entrega deliberadamente ao controle das máquinas.

Claro, estamos falando de um homem urbano, que não representa o todo. Mas infelizmente ele representa a parte que domina o restante.

É interessante que o tema de dominação do homem pela máquina foi tratado duas vezes na série Rom Spaceknight. A primeira já foi citada aqui no post sobre David Velásquez. A segunda ocorre quando Rom retorna à Gálador e encontra uma nova geração de Cavaleiros Espaciais, que se considera superior aos humanos e está os exterminando, na ausência dos Cavaleiros originais.

Brandy Clark foge dos Novos Cavaleiros Espaciais
Essa nova geração de ciborgues foi criada com mais aparência de máquina e menos de humanos. Mas sem uma ameaça para enfrentar e com um imenso poder, eles passaram a desprezar os que outrora foram seus semelhantes. O poder corrompeu completamente esses Cavaleiros, que nem de longe lembravam os bravos guerreiros que livraram Gálador dos Espectros.

Sempre é perigoso quando alguém considera algo ou alguém superior, seja a si mesmo ou a outrem. Aquele que se considera superior acredita que os outros devem lhe servir, ou que devem ser eliminados. Mas o homem não deve ser escravo de ninguém. Como diria Optimus Prime, "liberdade é um direito de todos os seres conscientes".


Palmas para James Gulliver Hancock!

James Gulliver Hancock


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Todd Hoffman

A imagem abaixo foi carregada no blog Spacenite2 em 19 de dezembro de 2010, e é de autoria de Todd Hoffman. Todd trabalha com arquitetura e ambientes, design gráfico e ilustrações em geral.


A interpretação de Rom criada por Todd é curiosa, por mostrar Rom se protegendo da chuva à beira da calçada, mas com uma expressão de grande temor. A impressão é que ele não quer se molhar de modo algum ou está com medo de atravessar a rua.

Na verdade, isso é realmente uma piada. Com relação a água, Rom não tem nenhum problema, tanto que ele já esteve debaixo d'água em pelo menos duas oportunidades. A primeira é quando ele libera a energia absorvida do Valete de Copas na estratosfera e cai inerte no mar, próximo à costa leste dos Estados Unidos, mas depois desperta, apenas com amnésia, não por causa da água, mas do choque da explosão e da queda. A segunda é quando ele é atingido por um monstro marinho e afunda no oceano atlântico, onde encontra Namor, o Príncipe Submarino.

Quadro final de Rom #12, com Rom no fundo do mar
 
A revista francesa Strange #165 mostra Rom nadando com Namor
 
Com relação ao medo de atravessar a rua, também seria algo estranho a Rom. Uma vez, quando estava disposto a impedir o casamento de Brandy Clark com Steve Jackson, ele parou diante de um menino para impedir que ele fosse atropelado. O carro se chocou com as pernas de Rom, que nem se mexeu.

Rom evita que um garoto seja atropelado


Palmas para Todd Hoffman.
Todd Hoffman e Ronald McDonald



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Rom Biografia Não Autorizada. Volume VI - O Fim

Todo começo tem um fim... 

Depois de 200 anos combatendo os Espectros pelos confins do universo, Rom, o Cavaleiro do Espaço, parte para sua jornada final, de volta ao planeta Gálador. Mas nada é fácil na vida do maior de todos os Cavaleiros Espaciais.

Após derrotar os Espectros na Terra, Rom inicia uma viagem em busca de seu planeta natal, movido de sua posição original por Galactus. Nessa viagem ele irá visitar vários mundos e raças alienígenas e reencontrará velhos companheiros... o que nem sempre se traduzirá em algo bom.

Bill Mantlo faz da fase final da saga de Rom a mais reflexiva da série, com discussões profundas sobre temas diversos como felicidade, egoísmo, tolerância, sobrevivência, covardia, ambição, vingança, hipocrisia, medo e desprezo. 

Esta é primeira parte do volume VI de Rom Biografia Não Autorizada, intitulado como O Fim.

Rom Biografia Não Autorizada. Volume VI - O Fim
Essa fase ainda conta com participações especiais de Ego, o planeta vivo, da Guarda Imperial Shi'ar e do Beyonder. Para quem achava que a história de Rom acabava com a derrota dos Espectros, esse volume traz quase que exclusivamente histórias que ainda são inéditas no Brasil, incluindo os anuais de Rom, dos quais somente um foi publicado aqui.

O Volume VI ainda conta com capítulos especiais, que vão desde histórias dos Espectros, até a discussão sobre o mito do herói, passando pelas obras que influenciaram Rom e as que tiveram influências dele, pelas aparições de Rom na televisão e por uma curiosa similaridade entre a história (real) de Rom e a farsa do Sentinela.

Sem  contar a emocionante conclusão. Não a conclusão da série do Rom, mas da hexalogia Rom Biografia Não Autorizada. Você não pode perder.

O livro está disponível no PerSe, assim como os volumes anteriores:

  1. A Criatura do Espaço
  2. O Amor e a Perda
  3. O Devorador e a Vampira
  4. O Príncipe e o Guerreiro
  5. A Guerra
  6. O Fim
Ego, o planeta vivo, no traço de John Byrne

Guarda Imperial Shi'ar, no traço de Dave Cockrum
Beyonder, no traço de John Byrne

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Rom Biografia Não Autorizada. Volume V - A Guerra

Está disponível no Perse o quinto volume de Rom Biografia Não Autorizada, intitulado A Guerra.
A Guerra

1984.

O mundo não ficou como George Orwell imaginou, dividido entre Eurásia, Lestásia e Oceania. Na verdade, estava bipolarizado entre duas superpotências, Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS). Gorbachov ainda não era o secretário geral do Partido Comunista, e o mundo não imaginava que a URSS iria iniciar seu fim no próximo ano.

Dois anos antes Alan Moore e David Lloyd haviam lançado V de Vingança (claramente inspirada em 1984) mas Frank Miller ainda não havia publicado a graphic novel Batman, o Cavaleiro das Trevas. Era um momento em que as histórias de quadrinhos de super-heróis estavam em um momento de transição. Uma transição entre um modelo influenciado em parte por um código de censura e em parte por ideias conservadoras dos editores, e um modelo em que o importante é a venda a qualquer custo. Era um momento em que os heróis eram heróis e os vilões eram vilões. A figura do anti-herói estava surgindo, como uma anomalia, antes de se tornar um modelo, principalmente após a publicação de Watchmen.

Neste cenário tinha início uma da saga no Universo Marvel que se espalharia por vários títulos e teria repercussão muito tempo depois. Essa saga mudou drasticamente o tom da série em quadrinhos Rom, o Cavaleiro do Espaço, publicada no Brasil com um atraso de dois anos pela editora Abril. Era a Guerra dos Espectros, que contava o ataque das Espectros fêmeas à população da Terra e sua tentativa de fundir o seu mundo com nosso planeta.

Uma das consequências da Guerra dos Espectros foi a perda dos poderes da mutante Tempestade e o surgimento do mutante Forge. A edição 49 de Rom já havia causado uma surpresa similar à provocada no filme Batman, O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, na sequência em que o Coringa revela que os promotores Harvey Dent e Rachel estão presos à explosivos e os espectadores pensam que Batman conseguirá salvar a ambos para depois serem supreendidos. Durante a Guerra dos Espectros Rom mostra que os super-heróis não são como Deepak Chopra mostra no seu livro As Sete Leis Espirituais dos Super-Heróis. Ao confrontar os Espectros no Canadá, Rom, Starshine e a Tropa Alfa tem de salvar uma cidade inteira de uma força da natureza liberada pelos demoníacos seres da Nebulosa Negra e encaram o fato de que embora poderosos, são limitados.

A Guerra dos Espectros se espalha pelo mundo e vai até o nível microscópico. Em uma belíssima história ilustrada por Steve Ditko, co-criador do Homem-Aranha, temos uma lição sobre o valor da vida, de qualquer vida. Participação especial do Homem-Formiga II.

A Guerra dos Espectros incluiu uma edição anual de Rom, onde ele enfrenta seu mais ameaçador adversário com a ajuda dos Novos Mutantes.

Finalmente TODOS os heróis Marvel juntam-se a Rom na luta pela sobrevivência da Terra.

O que está esperando? Não venha dizer que perdeu os volumes anteriores!


Tempestade, no traço de John Romita Jr.
Forge, no traço de Johh Romita Jr.
Tropa Alfa, no traço de John Byrne
Homem-Formiga II, no traço de John Byrne
Os Novos Mutantes, capa de Bob McLeod
Alguns dos muitos personagens do Universo Marvel

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Rom, o Cavaleiro do Espaço por Travis Millard

A imagem abaixo é de autoria de Travis Millard e foi carregada no blog Spacenite 2 em 19 de dezembro de 2010.

Travis tem um vasto porta-fólio de arte gráfica, que mistura expressionismo com surrealismo. A maioria de suas obras parecem cenas saídas de pesadelos. Muitas de suas ilustrações são mais assustadoras do que filmes de terror. Outras no entanto, embora bizarras, parecem até simpáticas.

Sendo assim, porque a ilustração de Rom feita por Travis parece tão normal? Esta é uma virtude do artista: conseguir de forma sutil embutir mensagens nos detalhes de sua obra. Foi o que Travis fez. Tirando o fato de que a imagem de Rom está estilizada, existem dois detalhes que não condizem com a aparência do maior de todos os Cavaleiros Espaciais:

  • Os olhos de Rom. Travis fez olhos com a parte branca envolvendo a íris. Eles na verdade não são visíveis, pois seu elmo mostra apenas sensores ópticos que brilham com intensidade que varia de acordo com suas emoções.

  • As mãos de Rom. Travis colocou o galadoriano fazendo o sinal da vitória com as duas mãos. Só que Rom não pode fazer esse sinal, pois a luva de sua armadura une todos os dedos, exceto o polegar.



Palmas para Travis Millard.