Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Jeffrey Brown

A ilustração abaixo, de autoria de Jeffrey Brown, reproduz uma cena recorrente nas aventuras de Rom, o Cavaleiro do Espaço. Um Espectro, sob aparência humana, mata um humano real, de forma impiedosa. Rom toma o corpo inerte em seus braços, para em seguida despachar o Espectro para o Limbo.

 

Isso nos leva a relembrar algumas das cenas de despacho de Espectros de Rom, ao longo de sua série.

A primeira vez que Rom expulsou Espectros para o Limbo na Terra com seu Neutralizador foi diante de dezenas de pessoas, na cidade de Clairton em West Virginía. Como os Espectros estavam disfarçados de humanos, Rom foi considerado um assassino e passou a ser perseguido por aqueles a quem veio proteger.

Rom #1 - O primeiro despacho de Espectros na Terra

Rom dispõe do Analisador de Energia, um aparelho que revela a presença de Espectros. A partir de sua chegada a Terra, Rom começou a perseguir os Espectros, onde quer que eles estivessem infiltrados. Após derrotar uma força militar enviada para capturá-lo vivo ou morto, Rom encontrou um Espectro disfarçado como executivo da empresa Laserium, na segunda edição da revista.

Rom #2 - O gerente da Laserium vai para o Limbo

Sabe aquelas cenas em que um guerreiro ou soldado tira a própria vida quando sabe que será capturado, para evitar tortura? Pois o Limbo é uma tortura para os Espectros, tanto que eles costumam implorar para Rom matá-los em vez de despachá-los para lá, como mostrado em Rom #3.

Rom #3 - Um Espectro implora para ser morto

Para evitar serem despachados para o Limbo, os Espectros enviaram Cães da Nebulosa Negra para roubar o Neutralizador de Rom. O galadoriano foi atrás de sua arma, até encontrá-la em um centro de pesquisas em Washington, totalmente controlado por Espectros infiltrados no governo dos Estados Unidos. Em Rom #20, a falsa chefe de pesquisa, doutora Rachel Sweet tentou manipular Rom, dizendo que se ele não poderia despachá-la o Limbo diante de testemunhas, pois já era considerado um assassino e aquilo só iria piorar sua imagem. Rom decidiu o que fazer ao ver a imagem inerte de Archie Stryker, que deu sua vida para devolvar o Neutralizador a Rom.

Rom #11 - A falsa doutora Rachel Sweet é despachada

Em Rom #11, o maligno Mentus, a contraparte do Primeiro Diretor de Gálador, enviou dois Espectros disfarçados como Terminator e Starshine para confundir Rom e destruí-lo, usando armas que simulavam os poderes dos Cavaleiros Espaciais. Com a ajuda de Brandy Clark, Rom desmascarou os Espectros e os mandou para o Limbo.  

Rom #20 - Espectros disfarçados como Cavaleiros do Espaço

Um fato nostálgico. Eu conheci Rom lendo a revista do Incrível Hulk da editora Abril. A primeira história dele que li foi originalmente publicada em Rom #22, e mostrava o maior de todos os Cavaleiros Espaciais salvando as crianças de Clairton de um ataque de Espectros usando trajes voadores.

Rom #22 - Os Rocketeers são despachados sobre a escola de Clairton

Ver Rom mandar os Espectros para o Limbo, não tem preço!

Palmas para Jeffrey Brown!

Jeffrey Brown

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Veronique Meignaud

A artista canadense Veronique Meignaud, residente em Montreal, é a autora da ilustração abaixo, que mostra Rom parcialmente destruído.

Isso suscita uma questão. O que seria necessário para destroçar a armadura de plandanium de Rom?

Na verdade, já tratamos dessa questão em um artigo de 2011, onde comentamos uma arte de Max Fiumara. Você pode conferir esse artigo aqui.

Contudo, podemos ter uma interpretação simbólica para a imagem.  Veronique pode ter tentado representar a memória sobre Rom, que está parcialmente destruída pelo simples fato dos proprietários do personagem terem engavetado-o. Sem divulgação fica difícil perpetuar a memória de algo.

Há no entanto, iniciativas para preservar a memória de Rom e este é um momento oportuno para citá-las.

Rom Spaceknight Revisited!  é um site totalmente dedicado ao maior de todos os Cavaleiros Espaciais, na língua dos ianques. É uma bússola com as principais informações sobre o personagem.

Blog for Rom Fans who aren't Dicks publica artes de profissionais e fãs sobre Rom e notícias relativas ao Cavaleiro do Espaço, como easter eggs em revistas atuais e referências sobre o personagem em cartas e revistas antigas, além de artigos e entrevistas com qualquer pessoa que se interesse pelo retorno do galadoriano ou esteja envolvido em algum projeto relacionado.

Todas as capas da série Rom Spaceknight estão disponíveis no Cover Browser, um site dedicado exclusivamente a capas de livros e revistas.

Este blog que você lê é a maior referência em língua portuguesa sobre Rom, o Cavaleiro do Espaço. A maior parte dos artigos, como se pode facilmente notar, é baseada em comentários sobre artes publicadas no site Spacenite 2, feito em tributo a Bill Mantlo, roteirista das 75 edições da série Rom Spaceknight. Mas o motivo de criação do blog é a divulgação do livro Rom, Biografia Não Autorizada, uma pesquisa sobre o personagem com inúmeras referências sobre fatos pouco conhecidos do Universo Marvel.

Rom, Biografia Não Autorizada

Palmas para Veronique!

Veronique Meignaud

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Kako

A ilustração abaixo, de autoria do artista brasileiro Kako, ganhador de vários prêmios nacionais e internacionais, mostra Rom flutuando sobre caças da Força Aérea dos Estados Unidos.

No filme Homem de Ferro (2008), o vingador rubro-dourado é perseguido por caças estadunidenses quando retorna do Afeganistão, após atacar unidades da organização os Dez Anéis. Nos quadrinhos isso seria algo atípico, pois o Homem de Ferro sempre foi aliado do governo de Washington. Desde o início, no entanto, a galeria de vilões do Homem de Ferro foram comunistas. Desde o comandante vietnamita do acampamento onde ele ficou prisioneiro, passando pelo Mandarim, Dínamo Escarlate e Unicórnio, o cabeça-de-lata era o representante oficial do capitalismo, mais do que outros heróis da Marvel. Se houvesse alguma perseguição de caças ao vingador, faria mais sentido que isso ocorresse na União Soviética, como ocorreu na edição 119 da revista The Invincible Iron Man #119.

The Invincible Iron Man #119

Essa história, ilustrada por John Romita Jr., foi publicada no Brasil na revista Heróis da TV nº 66, da editora Abril. Nela, um grupo de terroristas sequestrava o aeroporta-aviões da Shield e mudava a rota para invadir o espaço aéreo soviético. Mas eles não contavam com a presença de Tony Stark a bordo, com sua inseparável maleta (homenageada no filme Homem de Ferro 2 (2010)). Atirado inconsciente da nave, Tony recobra a consciência no ar, veste a armadura em plena queda e retorna para enfrentar os bandidos.

Heróis da TV nº 66

Assim, a cena em que o Homem de Ferro enfrenta os caças dos EUA no seu primeiro filme não encontra referência nos quadrinhos. Rom, por outro lado, enfrentou caças ianques ao entrar no espaço aéreo de Washington, em busca de seu Neutralizador, na décima edição de sua revista. Rom, sempre relutante em usar violência, só reage quando os caças atiram nele. Aí ele despedaça as aeronaves, mas sempre cuidando para que os pilotos sobrevivam.

Rom Spaceknight #10

Palmas para Kako!

Kako

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Cuson Lo

A ilustração abaixo, de autoria de Cuson Lo, artista de Hong Kong,  mostra Rom com uma aparência mais próxima ao brinquedo criado pela Parker Brothers em 1979.

Rom Spaceknight era uma mudança agressiva da Parker Brothers, que fabricava jogos de tabuleiro. Um trio de engenheiros projetou o produto que deveria abrir as portas da empresa para um novo mercado consumidor. Infelizmente o produto foi um fracasso comercial e hoje tem valor apenas como item de colecionador.

Uma propaganda para televisão sobre o brinquedo eletrônico Rom Spaceknight está disponível no Youtube, como você pode conferir abaixo.

O início da narração lembra a abertura de Star Wars, o que não é surpreendente se pensarmos que o primeiro filme da trilogia clássica havia estreado há 2 anos apenas.

O brinquedo Rom e sua caixa

Se você nunca leu uma patente industrial, deverá achar interessante a descrição técnica detalhada de uma figura de ação eletrônica. Eis a patente de Rom.

A tosqueira que era o brinquedo só mostra como pessoas talentosas, como Bill Mantlo e Sal Buscema, podem pegar um produto ruim e usá-lo para criar algo de melhor qualidade, como foi a série em quadrinhos de Rom (pelo menos a sua maior parte).

Palmas para Cuson Lo!

Cuson Lo

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Luke Ramsey

Nesta ilustração do artista Luke Ramsey, você pode notar o nome ROM bem apagado ao fundo, como uma sugestão de uma memória que está evanescida. Algo totalmente verdadeiro para o maior de todos os Cavaleiros do Espaço, que está lançado no Limbo dos Quadrinhos.

Mas não é só sobre memória quase apagada que a arte de Luke faz referência. A pose de Rom na ilustração lembra a que ele faz no selo de sua revista, aquele localizado sempre no canto superior esquerdo da revista, acima da numeração e do preço.

Essa é a imagem repetida 75 vezes em quase 6 anos: os olhos voltados para o alto sempre evocando o desejo de regressar para o lar, mas com a pose imponente do herói que tem o peso da responsabilidade sobre os ombros. Assim como estava distante de seu lar, agora o líder dos Cavaleiros Espaciais está distante do conhecimento público. Não é somente o fato de suas histórias não serem republicadas ou terem continuação. A detentora dos direitos de Rom, a Hasbro, renovou os direitos sobre sua marca, mas sem qualquer outra ação concreta além de vender miniaturas caricaturais na San Diego Comic Con de 2014.

Se Rom estivesse em domínio público, talvez pudesse fazer parte de uma iniciativa como Projeto Superpowers, de Jim Krieger e Alex Ross. Essa série resgata personagens esquecidos, que caíram em domínio público, como Terror Negro, Lama Verde, Senhor Cara, Escaravelho, Demônio Desafiador da Morte e Mascarada.

Projeto Superpowers, de Alex Ross e Jim Krieger

Até os heróis não tão esquecidos como Sombra, Besouro Verde (que ganhou uma versão cômica no cinema com Seth Rogen) e Zorro são agraciados com histórias recentes, como Masks (Máscaras, na versão brasileira).

Zorro, Besouro Verde e Kato, Aranha e Sombra, reunidos!

Mas e Rom? Quando será resgatado do Limbo dos Quadrinhos? 

O que será que ele tem a dizer?

Adaptation from last board of Rom Annual #2, p.41

Palmas para Luke Ramsey!

Luke Ramsey

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Santi Casas

A ilustração abaixo de autoria do artista hispânico Santi Casas, carregada em 21 de dezembro de 2010 no blog Spacenite 2, mostra Rom, o Cavaleiro do Espaço de uma forma imponente, como Sal Buscema o retratava. Podemos ver atrás de Rom a face do devorador de planetas, Galactus.

A produção de Santi Casas é focada no estilo mangá, embora isso possa não estar muito evidente na ilustração. Santi Casas está evocando a capa da edição 27 da revista Rom Spaceknight que mostra o maior dos Cavaleiros do Espaço como arauto de Galactus, em uma sequência que o compara ao Surfista Prateado.

Rom #27 - Rom, arauto de Galactus

Galactus confessa que o Surfista Prateado foi seu melhor arauto e que Rom se parece muito com ele. Não pelo fato de ambos serem prateados, mas pelo caráter altruísta dos dois.

Galactus compara Rom ao Surfista Prateado

Nesta história, Rom leva Galactus para o Mundo dos Espectros, como parte de um acordo para o que devorador de mundos não destruisse Gálador. Mas o Mundo dos Espectros causa uma indigestão em Galactus, por causa de sua magia negra.

Galactus enfrenta as Asas da Morte

Assim, Rom foi o único arauto que levou Galactus a um planeta que ele não conseguiu devorar, sem tentar impedi-lo, como o Quarteto Fantástico fez diversas vezes para salvar a Terra.

Galactus, no traço de John Byrne

Galactus reconhece a derrota e ri quando vê que Rom o ludibriou sem mentiras, como Reed Richards fez para impedir que o devorador de mundos sugasse a energia da Terra após derrotar o Esfinge. Aliás, a luta entre o Esfinge e Galactus é um dos maiores momentos da Marvel, pois poucas vezes vemos o devorador de mundos enfrentando alguém, literalmente, à sua altura.

Esfinge e Galactus por John Byrne

Galactus arrebentando Esfinge

A batalha entre o Esfinge e Galactus foi publicada oritginalmente na revista Fantastic Four #212 e no Brasil na revista Grandes Heróis Marvel da editora Abril, com reprodução da capa da revista Fantastic Four #214. Ela faz parte da conclusão de uma saga do Quarteto Fantástico, que teve três de seus integrates submetidos a um raio envelhecedor pelos Skrulls e, debilitados, tiveram de pedir ajuda a Galactus para impedir o Esfinge de transformar a Terra em um novo Império Egípcio.

Fantastic Four #212

Fantastic Four #214

Grandes Heróis Marvel 12 - Editora Abril

Palmas para Santi Casas!

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por JP Nguyen-D'Aléo

A ilustração psicodélica abaixo é do artista Jean Pascal Nguyen.

A capa dessa edição fictícia da revista Rom Spaceknight evoca vários elementos da mitologia do maior de todos os Cavaleiros do Espaço. Do lado direito de Rom vemos os Espectros machos abaixo dos quais está a figura do Neutralizador. Do lado esquerdo de Rom vemos uma Feiticeira Espectral, abaixo da qual estão as Asas da Morte. Entre as pernas de Rom vemos a imagem de um Espectro sendo banido para o Limbo. Acima de Rom vemos prédios que provavelmente são de Gálador.

Mas arte psicodélica já foi usada em capas reais da revista original de Rom nos Estados Unidos da América. São as capas das edições 38 e 39, feitas pelo artista Gene Day (1951-1982), que ilustrou diversas capas e histórias do Mestre do Kung Fu e teve o nome eternizado por um prêmio dado a publicações canadenses independentes.

Rom #38 - Shang Chi enfrenta os Espectros

Rom #39 - Shang Chi encontra Rom

Gene Day em seu estúdio

Mas fora da série Rom, Nguyen-D'Aléo parece ter encontrado inspiração na arte de Jim Steranko, que marcou as revistas de Nick Fury e Capitão América com sua arte psicodélica. Observe como a capa de JP se parece com a que Jim Steranko fez para a quarta edição da revista Nick Fury, Agent of Shield.

Nick Fury, Agent of S.H.I.E.L.D. #4

Observe a pose de Nick Fury e os elementos ao seu redor. Prédios no alto e uma arma ao lado do pé direito, exatamente como na ilustração de JP.

Jim Steranko

O reconhecimento da obra de um artista pode ser feito pelas referências ao seu estilo e pela reprodução de trabalhos significativos. Esse é um modo de perpetuar pela história a sua importância.

Palmas para JP Nguyen-D'Aléo!