domingo, 1 de março de 2015

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Chris Fink

A imagem abaixo traz algumas miniaturas de Cavaleiros do Espaço, feitas pelo artista Chris Fink.


Ao criar a arte acima, ele deve ter se inspirado em seu portifolio para games, que vemos logo abaixo:


Vamos conhecer os Cavaleiros representados por Chris. Os Cavaleiros de verdade, que apareceram na série Rom Spaceknight, porque em sua arte Chris introduziu alguns satirizando elementos da cultura estadunidense.

A primeira figura representada por Chris é o maior de todos os Cavaleiros do Espaço, Rom. A miniatura de Chris contém os elementos essenciais da armadura de Rom.




Os olhos vermelhos piscando mostram que Chris inspirou-se na versão de Rom de Sal Buscema, exibida logo abaixo. Sal Buscema desenhava Rom de forma imponente, e na fase em que Joe Sinott arte-finaliza as históras, a armadura de Rom brilhava.

Rom por Sal Buscema

A segunda figura representada por Chris é Starshine, e ele esclarece na legenda que trata-se da segunda Starshine, Brandy Clark. Na miniatura ela aparece com uma face triste, o que nos remete ao massacre de Clairton pelos Espectros, onde seu ex-namorado, Steve Jackson, e seus pais, foram mortos pelos alienígenas da Nebulosa Negra. Nessa ocasião, Brandy usava a armadura da Starshine original.
Ao contrário de Rom, a face do elmo de Starshine tinha expressão, mostrando quando ela estava triste ou furiosa, como na ocasião abaixo, quando Rom é atingido por um míssel disparado por Brynocki, o servo robô de Mordillo, um adversário de Shang Chi, o Mestre do Kung Fu.

Starshine II, por Sal Buscema
A Starhine original, Landra, era apaixonada por Rom. Por ciúmes de Brandy Clark, Landra acabou sendo morta pelos Espectros, ao salvar Rom de uma armadilha preparada para a terráquea.

Mas Starshine não foi o primeiro membro dos Cavaleiros Espaciais a aparecer na série de Rom de forma destacada. Karas, o Incandescente, apareceu na edição 4 da revista Rom Spaceknight. Na verdade, a sua armadura apareceu na edição 3, mas usada por Archie Stryker, um ladrão aliciado pelos Espectros para destruir Rom.
 Karas era o melhor amigo de Rom e salvou-o em uma ocasião de morrer afogado. Na Batalha de Gálador, Karas imprudentemente avançou sozinho contra os Espectros, e foi capturado por eles. Os Espectros usaram sua tecnologia para abrir a armadura. Para não morrer, Karas usou seus poderes para transportar seu espírito para o Limbo.

Incandescente (Firefall) por Sal Buscema
A edição 13 da revista Rom Spaceknight deu início ao arco A Saga dos Cavaleiros do Espaço. Nela ficamos sabendo que durante um curto período de tempo Rom fez trio com Starshine e com um implacável ciborgue chamado Terminator.

Terminator não era galadoriano. Ele foi o único sobrevivente de um planeta infectado por uma praga mortal pelos Espectros. Para salvá-lo, os cientistas de Gálador removeram os órgãos infectados e confinaram o resto dentro de uma armadura, transformando-o em um ciborgue para sempre. Sem possibilidade de voltar a ser humano, Terminator tornou-se amargurado e em um momento de fúria matou o rei do planeta Thuyria, em cuja corte os Espectros haviam se infiltrado. Julgado pelo Primeiro Diretor de Gálador, ele foi condenado à morte pelas chamas, mas foi salvo pelo vilão Mentus.

Terminator, por Sal Buscema

Mentus controlou a mente de Terminator e usou-o para roubar a humanidade de Rom e tomar o poder em Gálador, aprisionando os demais Cavaleiros Espaciais. Mas Rom conseguiu libertar seus companheiros. E assim, na edição 25 da revista Rom Spaceknight, conhecemos outros Cavaleiros, como Javelin, cujo nome vem da lança que empunha.
Na verdade, sua lança nem tinha ponta, parecia e era usada mais como um bô ninja, como o da tartaruga  Donatello. A lança de Javelin também disparava raios (aí ela era uma lança mesmo, porque lançava raios...).

Javelin, por Sal Buscema
 
Javelin enfrentou Terrax, o arauto mais problemático que Galactus já teve.

O machado cósmico de Terrax não é páreo para a lança de plandanium de Javelin

Outro Cavaleiro Espacial que conhecemos durante a tentativa de Galactus devorar Gálador foi Hammerhand.

Hammerhand, como seu nome sugere, tinha mãos enormes e muito fortes. Ele também enfrentou Terrax e conseguiu derrubá-lo.


Terrax é golpeado por Hammerhand no traço de Sal Buscema

Javelin e Hammerhand avançaram contra Terrax após este derrubar a Cavaleira Espacial conhecida como Rainbow.

Rainbow tinha o poder de manipular emoções lançando um raio com os vários espectros de cores, como se fosse um arco-íris (daí seu nome).

Rainbow, por Sal Buscema
Embora durante a trilogia de Galactus na série Rom tenham aparecido muitos Cavaleiros Espaciais, ficamos sabendo o nome de poucos. Rom ainda cita os nomes de Astra e Screamer, mas não indica claramente quem ele são eles. Tudo leva a crer que são os Cavaleiros verde e vermelho, que acompanham Rom até o Mundo dos Espectros com Galactus, mas quem é quem, é um mistério.

Astra e Screamer... que é o verde e quem é o vermelho?
Na segunda edição anual de Rom, somos apresentados a mais alguns Cavaleiros do Espaço, que estranhamente não aparecem durante a invasão de Galactus à Gálador. Eles fazem parte de um esquadrão especial reunido para resgatar Rom do Mundo dos Espectros. São seis Cavaleiros. Seus nomes verdadeiros e suas alcunhas de guerreiros são: Unam, Unseen; Raak, Breaker, Vola, Trapper; Plor, Pulsar; Skera, Scanner e Tarm, Seeker. Chris Fink, no entanto, só ilustra cinco, talvez deixando Unam de fora propositalmente.
Unam, o que não pode ser visto
O Esquadrão de Cavaleiros Espaciais, por Sal Buscema
Unam era um dos mais fracos Cavaleiros Espaciais. Ele tinha apenas o poder de ficar invisível e agia como espião e sabotador. Quando os Espectros perderam sua magia, ele usou seu poder para se fazer passar por uma divindade e escravizou os Espectros que ficaram presos em um planeta.

Raak tinha o poder de lançar devastadoras rajadas térmicas. Quando os Espectros perderam sua magia, ele se aliou a alguns deles para dominar um planeta. Após matar Unam, foi banido por Rom para o Limbo.

Vola tinha o poder de criar redes energéticas e era amante de Pulsar, que lançava esferas energéticas. Pulsar foi morto pelos Shi'ar e Vola foi morta pela segunda geração de Cavaleiros Espaciais.
Skera era capaz de analisar a probabilidade eventos futuros e podia interligar-se a sistemas de comunicação eletrônicos. Era irmã de Tarm, que podia assumir uma forma de pássaro e lançar mísseis. Ambos foram mortos  pela segunda geração de Cavaleiros Espaciais.

Raak não foi o primeiro caso de um Cavaleiro Espacial que traiu seus companheiros. Em uma se suas missões, Rom caiu em uma armadilha de Gloriole, o Cavaleiro Espacial cientista.
Gloriole no traço de Grant e LaRocque
Gloriole arrependeu-se quando soube que os Espectros iriam dissecar Rom e libertou o companheiro. Imediatamente foi morto pelos Espectros.

Todos os Cavaleiros Espaciais que traíram o código de honra do grupo morreram. Alguns redimiram-se antes, como Starshine I (Landra), Unam e Gloriole. Mas a traição sem arrependimento de Raak só seria superada pelo genocídio promovido pela segunda geração de Cavaleiros do Espaço.

Quando Brandy Clark, agora sem a armadura de Starshine, chegou ao planeta Gálador, no lugar de um paraíso ela encontrou um mundo arrasado. Em vez de ser recebida por um povo pacífico e culto, ela foi atacada pelo Cavaleiro Lightningbolt.


A cena da agressiva recepção é representada na capa de Rom Spaceknight #73.

Lightningbolt ataca Brandy, no traço de Romita Sr e Milgrom
A segunda geração de Cavaleiros do Espaço era composta de ciborgues menos humanos do que os primeiros, tanto na aparência quanto na personalidade. Eles se sentiram superiores aos seus irmãos humanos e decidiram que deviam dar as ordens. Uma guerra civil começou em Gálador, com os humanos em total desvantagem. Em pouco tempo, havia poucos sobreviventes. E após a chegada de Brandy, esses sobreviventes foram cercados por uma tropa liderada pelo pelo maligno Heatwave.
Heatwave no traço de John Byrne e Steve Ditko
Heatwave destruiu a câmara criogênica que guardava os restos humanos da primeira e segunda geração de Cavaleiros Espaciais. A segunda geração não pretendia voltar a ser humana, pois considerava a humanidade uma fraqueza. Além disso, Heatwave matou os últimos galadorianos humanos, pondo fim a uma civilização.

Mas esse não era o plano do líder supremo da segunda geração de Cavaleiros do Espaço, Dominor. Ele queria voltar a ser humano e iniciar uma nova civilização baseada nos seus genes.

Rom encontra Dominor, no traço de John Byrne e Steve Ditko

Mas os planos de Dominor foram frustrados, pois seus seguidores, na tentativa de destruir o planeta, terminaram apenas destruindo o palácio do tirano e seus restos humanos, escondidos abaixo do trono. Sem possibilidade de voltar a ser humano, Dominor tira a própria vida.

Quantas referências em uma só ilustração!

 Palmas para Chris Fink!

Chris Fink

domingo, 25 de janeiro de 2015

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Matt Timson

Sangue, muito sangue

Como transformar um homem pacífico em um poderoso guerreiro, capaz de enfrentar seres metamorfos munidos de um arsenal com poder para aniquilar uma frota inteira de naves e de uma feitiçaria que produz terríveis criaturas cujo mero toque pode causar a morte?

Ciborgue. Essa foi a resposta que os cientistas galadorianos encontraram. Mas foi preciso um primeiro voluntário se oferecer para que outros se encorajassem (ou se sentissem constrangidos). 

A imagem abaixo, de autoria do ilustrador Matt Timson, mostra a cirurgia que deu origem ao primeiro dos Cavaleiros do Espaço, ROM!


Essa imagem mostra Rom já com os olhos substituídos pelos sensores ópticos, pronto para receber o elmo que irá esconder e proteger o que sobrou de seu rosto. Ao acordar, ele deve ter tido uma sensação parecida com o Homem da Máscara de Ferro, ao não conseguir remover o elmo de sua cabeça. E a partir daí, Rom foi privado de suas expressões faciais.

Uma das fontes de inspiração deve ter sido a edição 3 da revista Rom Spaceknight, em cuja página 5 Rom se lembra da cirurgia que o transformou em um ciborgue.


Rom #3 - Rom lembra de sua cirurgia
Palmas para Matt Timson!

Matt Timson



segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Rob Sato

A arte abaixo é de autoria de Rob Sato. Ela mostra Rom em meio à uma nuvem de fumaça negra, emergindo do telhado de um prédio, enquanto uma monstruosa mão vermelha parece tentar agarrá-lo.


De quem será a mão monstruosa? De um Espectro? Ela é vermelha, então não poderia ser naturalmente de um Espectro macho, que é branco. Talvez pudesse ser de uma fêmea, que é vermelha (ou rôxa, conforme a capa da revista Rom #47, que mostra uma fêmea pela primeira vez). Mas as fêmeas não tem quatro dedos. Elas tem três, ou cinco se contarmos as terminações ósseas entre os pequenos tentáculos no extremo de seus braços.

Rom #47 - Revelada a aparência da Espectro fêmea
Bem, a aparência real dos Espectros não importa porque eles são transmorfos. Podem mudar sua forma e tamanho. Mas a mão vermelha esticada também poderia ser um produto da feitiçaria espectral, como as criaturas criadas pelo sangue contaminado em Rom #55.

Rom #55 - Sangue contaminado pelos Espectros
Se há dúvidas sobre qual a referência que Rob Sato usou para criar a mão monstruosa, a referência de Rom envolto em trevas pode estar em Rom #61. Durante uma batalha contra uma horda de Asas da Morte, Rom entra nas trevas do Reino dos Espectros, invocada por uma magia que deu início a um processo de fusão entre a Terra e o Mundo dos Espectros.


Rom #61 - Rom preso nas trevas espectrais
Nessa história, Rom só consegue se libertar após ter uma visão de seu amor na Terra, Brandy Clark, a Starshine II.

Brandy Clark, Starshine II

Palmas para Rob Sato!

Rob Sato



segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Rom, o Cavaleiro do Espaço por Pete Toms

A arte abaixo, de autoria do cartunista Pete Toms, autor de The Short Con e On Hiatus, entre outras obras, é muito especial, pois mistura várias referências de uma mesma história, mas fora de ordem (ou em uma ordem diversa do quadrinho ocidental).



A história referenciada por Pete Toms é Wraith, Color or Creed, da revista Power Man And Iron Fist (Luke Cage e Punho de Ferro), número 73.

Nessa história, Rom está em New York, em busca do Quarteto Fantástico. Mas pelo caminho ele encontra vários Espectros, entre eles um disfarçado como uma prostituta chamada Polly. Ao identificá-lo com seu Analisador de Energia, Rom não perde tempo e o despacha para o Limbo com seu Neutralizador, diante de uma multidão apavorada, que inclui seu cafetão, Solace.

A imagem central é Solace lamentando a aparente morte de, como ele mesmo diz, uma de suas doçuras. Ela não morreu, na verdade, as cinzas são o resultado da passagem instantânea para o Limbo.

Solace chorando por Polly
Logo acima da referência a Solace, temos uma imagem de Rom, elevando-se ao céu. Isso ocorre após ele levar uma saraivada de balas.

Rom e seu propulsor vetorial
Do lado direito da ilustração de Toms, há uma referência à interpretação de um ator chamado Bob Diamond, na peça The Day of the Deadlox.

Balão com a fala de Bob Diamond
Certo, a elegante senhora acima NÃO é Bob Diamond, é apenas sua companheira de palco. Bob Diamond aparece nos quadrinhos seguintes da história. Mas um deles, que o mostra encontrando-se com a detetive Colleen Wing, é particularmente interessante.

Oliver Queen? Não! Bob Diamond
Oliver Queen, no melhor estilo Neal Adams? Não, o Arqueiro Verde não foi fazer uma participação especial na revista dos Heróis de Aluguel. Mas Greg La Rocque trabalhou para a DC Comics, e talvez quisesse homenagear a arte de Neal Adams. Mas a semelhança de Bob Diamond é a apenas o primeiro detalhe. O segundo é que Bob Diamond não é apenas um ator. Veja o colar em seu pescoço com uma pata de tigre. Ele é um dos Filhos do Tigre.

Os Filhos do Tigre
Os Filhos do Tigre são, além de Robert "Bob" Diamond, Lin Sun e Abraham Brown. A capa acima os mostra, nessa ordem, da esquerda para a direita. Os Filhos do Tigre eram três jovens que usavam amuletos de patas de tigre, que lhes concediam força e habilidade sobre-humanas. Combinados a um treinamento em artes marciais, esses poderes os transformaram em super-heróis, em uma fase nos quadrinhos estadunidenses que explorava extensivamente o kung-fu.

Bem, Bob fez apenas uma ponta na história, aparecendo momentos antes de Luke Cage encontrar Solace e aceitar ir atrás de Rom, ao ver que de Polly só havia sobrado um contorno no chão. Essa é a cena do lado esquerdo da ilustração de Toms.

Luke Cage aceita perseguir Rom
Enquanto isso, Rom encontra um garoto de origem hispânica e aprende espanhol com ele. Essa é a referência da parte superior da ilustração.

Rom aprende espanhol com seu Tradutor

Palmas para Pete Toms!


Pete Toms



domingo, 2 de novembro de 2014

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Santiago Uceda

A imagem abaixo foi carregada no blog Spacenite 2 em 21 de dezembro de 2010 e é de autoria de Santiago Uceda. Ela mostra Rom sendo envolvido por raízes espinhosas que brotam dos olhos de uma face no plano superior.


Essa imagem remete a uma história publicada em Rom #7, cuja capa mostra o Cavaleiro Espacial inerte, enquanto Brandy Clark chora sobre ele. O motivo do choro é a afirmação de Steve Jackson de que o Cavaleiro Espacial está morto. E sem que o casal perceba, uma planta espinhosa estende seus ramos
pela janela emergindo sob as costas do ciborque galadoriano.


Essa história foi publicada no Brasil, no Almanaque Premiere Marvel 6, da RGE. Steve Jackson sumiu, para dar espaço ao Homem-Aranha e seu clone, e da planta monstruosa ficaram apenas os ramos, para dar lugar ao Caçador 3000 e sua nave inspirada na Enterprise.



A capa original foi obra de Michael Golden, que estará na Brasil Comic Con, de 15 a 16 de novembro, no Centro de Eventos Pro Magno em São Paulo.

Michael Golden
A planta monstruosa foi uma criação da feitiçaria dos Espectros. Eles sabiam que Rom estava no laboratório onde Brandy trabalhava, pois ele havia literalmente apagado após enfrentar um grupo de Cães da Nebulosa Negra. Uma chuva mística fez a planta brotar perto da janela onde Brandy, Steve e o policial Artie estavam tentando ressuscitar Rom.

O título da história, traduzido, é "Maior amor não tem um homem!". Essa frase lembra um versículo do Evangelho de São João: "Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos." E esse é o espírito de Rom, que desperta para salvar seus amigos de serem mortos pela planta assassina.

Palmas para Santiago Uceda!

Santiago Uceda